• Fabricio Quintanilha, Ana Maria dos Santos, Darlan Marques, João Henrique Dentinho, Gabriel Pinelli, Eliza de Paula, Cyntia Pereira e Marina Carvalho - Lucas Paolicchi

A Câmara de Taubaté realizou audiência pública no dia 29 para debater a situação da população de rua na cidade. O evento foi coordenado pelo vereador João Henrique Dentinho (União).

O acolhimento do morador de rua depende da aceitação dele. Não é possível obrigá-lo a participar dos programas assistenciais ou interná-lo compulsoriamente. Por esse motivo, Dentinho questionou os convidados sobre as medidas que podem ser feitas pelo município para que ações efetivas aconteçam.

“A gente tem que sair com algo concreto. Estamos em março, vamos voltar a discutir esse assunto em 27 de setembro, dia de São Vicente de Paulo, uma pessoa que olhou tanto pelos pobres, pelos carentes, vamos voltar a discutir novamente esse tema, mas, com algo concreto, que dê resultado, porque senão, nada disso vale a pena”, disse Dentinho.

Segundo o secretário de Inclusão Social, Gabriel Pinelli, há um mês o prefeito José Saud instituiu uma força-tarefa no município, composta por diferentes secretarias, para lidar com essa questão. Porém, existe resistência de parte dessas pessoas.

“A rua também tem um simbolismo, é um estilo de vida, e esse é o grande desafio dos nossos serviços: tirar essa cultura da rua. A rua é o espaço da liberdade, é o espaço em que não precisa, às vezes, prestar satisfação para ninguém. O grande desafio nosso ao abordar e receber essa pessoa é ajudá-la a resgatar o seu projeto de vida, mas também tirar essa cultura de rua”, disse Pinelli. 

Em Taubaté, há 417 pessoas inscritas no Cadastro Único, número que oferece uma estimativa das pessoas em situação de rua. Destes, 90% têm entre 18 e 59 anos, 91% são do sexo masculino e 85% apresentam algum grau de dependência química. Segundo Pinelli, os estudos indicam aumento de 35% da população em situação de rua nas grandes cidades, fenômeno que tem se repetido em outros países.

O atendimento à população de rua começa pelo Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas), que faz a identificação e oferece serviços àquela pessoa - em média, são 35 abordagens por dia. Em seguida, o cidadão é encaminhado ao Centro Pop, onde recebe lanche, material para higiene e atendimento técnico. Por último, o Abrigo, na região do Belém, oferece 65 leitos para pernoite. 

Somado a isso, há o trabalho do Consultório na Rua. O enfermeiro Wanderson Machado da Silva citou que, em 2022, das 1.350 abordagens feitas, 1.033 pessoas aceitaram ser acolhidas. “Não é fácil, a gente tem que ter um trabalho de paciência, porque todos os dias a gente está colocando em risco a nossa vida para lutar pela vida do outro.”

O secretário de Segurança, capitão Souza, concordou que se trata de um problema mundial, um tema complexo que não pode ser tratado de forma amadora e necessita de tratamento multidisciplinar. Ele afirmou que recebe com frequência “sugestões mirabolantes” para lidar com a população de rua, mas muitas são ilegais e não seriam uma forma profissional de resolver a situação. 

Também discorreram sobre o assunto o defensor público Fabrício Quintanilha, o promotor de Justiça Darlan Dalton Marques e a diretora-presidente da Casa Madre Teresa de Calcutá, Ana Maria dos Santos.

Participaram da audiência os vereadores Adriano Coletor Tigrão (Cidadania), Alberto Barreto (PRTB), Marcelo Macedo e Paulo Miranda, do MDB, e Serginho (Progressistas). Você pode assistir ao vídeo no canal da TV Câmara Taubaté no Youtube (@tvctaubate).


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